Teorias ácido-base
ARRHENIUS
|
LOWRY
|
LEWIS
|
BRöNSTED
|
INTRODUÇÃO
Ácidos e bases estão
entre os mais familiares de todos os compostos químicos
existentes. Ácido acético no vinagre, cítrico no limão e em
outras frutas cítricas, hidróxido de magnésio (leite de
magnésia) em antiácidos estomacais e amônia em produtos de
limpeza do lar estão entre os ácidos e bases que lidamos com
acentuada freqüência no nosso dia-a-dia. Outro ácido
extremamente importante é o ácido clorídrico, que está
presente no suco gástrico e é essencial no auxílio à digestão
dos alimentos. É secretado pelo estômago em quantidade que
varia entre 1,2 e 1,5 litros por dia.
As propriedades
características dos ácidos e bases vêm sendo estudadas há
séculos por diversos cientistas das mais variadas
nacionalidades. Ácidos apresentam sabor azedo, reagem com
metais como o ferro e o zinco, por exemplo, liberando o gás
hidrogênio (H2). Na presença de papel tornassol,
mudam sua cor do azul para o vermelho. Por outro lado, as
bases apresentam sabor adstringente e na presença de papel
tornassol alteram sua cor do vermelho para o azul. Quando
ácidos e bases reagem em proporções equivalentes, as
características ácidas e básicas desaparecem para formar uma
nova substância, o sal.
Mas, afinal, o que faz
um ácido ser um ácido e uma base ser uma base? Em 1777 o
químico francês Antoine Laurent Lavoisier propôs que todos
ácidos continham um elemento comum, o oxigênio. De fato, a
palavra oxigênio é derivada do grego e significa “acid
former”. A idéia de Lavoisier teve que ser modificada,
entretanto, quando o químico inglês Sir Humpherey Davy (1778 –
1829) mostrou, em 1810, que o ácido muriático (nome comercial
do ácido clorídrico) contém apenas hidrogênio e cloro, mas não
oxigênio. Os estudos de Davy sugeriram, posteriormente, que o
elemento comum nos ácidos é o hidrogênio, e não o oxigênio.
Essa idéia de que o hidrogênio combinado era o responsável
pelo comportamento ácido não era totalmente correta, pois a
existência de muitos compostos contendo hidrogênio que não
eram ácidos não podia ser explicada
satisfatoriamente.
A DEFINIÇÃO
DE ARRHENIUS
A relação entre o
comportamento ácido e a presença de hidrogênio em um composto
tornou-se mais clara em 1884 através do químico sueco Svante
Arrhenius (1859 – 1927). Arrhenius, através da sua teoria da
dissociação eletrolítica, propôs que ácidos são
substâncias que contêm hidrogênio e produzem o íon
H+ [ H3O+ ] (íon hidrônio)
como único cátion, quando em solução aquosa.
Exemplos:
HCl
+ H2O ==> H3O+ +
Cl-
HNO3 + H2O ==>
H3O+ +
NO3-
H2SO4 + 2H2O ==>
2H3O+ +
SO42-
HCN +
H2O ==> H3O+ +
CN-
Em contrapartida,
bases são substâncias que contêm oxidrila (grupo OH) e
liberam íons OH- (íons hidróxido) em solução
aquosa.
Exemplos:
KOH
+ H2O ==> K+ +
OH-
NaOH +
H2O ==> Na+ +
OH-
Ca(OH)2 + H2O ==>
Ca2+ + 2OH-
Ba(OH)2 + H2O ==>
Ba2+ + 2OH-
Na visão
de Arrhenius, a neutralização é definida como
sendo a combinação do íon H+ com o íon
OH- para formar moléculas de H2O.
H+aq +
OH-aq ==>
H2Oaq
A teoria de Arrhenius
aponta para as propriedades de muitos ácidos e bases comuns,
mas apresenta importantes limitações.
-
A teoria de Arrhenius está restrita para soluções aquosas;
-
Não aponta para a basicidade da amônia (NH3), por exemplo, que não contém grupo OH;
-
O solvente não desempenha um papel importante na teoria de Arrhenius. Um ácido é esperado para ser um ácido em qualquer solvente. Mas isto se mostra não ser totalmente verdade. Por exemplo, HCl é um ácido em água, isto é, libera como cátion o íon H+, comportando-se da maneira que Arrhenius espera. Entretanto, se o HCl está dissolvido no benzeno, não há dissociação, o HCl permanece como uma molécula não-dissociada, não liberando o íon H+. A natureza do solvente desempenha um papel crítico nas propriedades das substâncias ácido-base;
-
Todos os sais na teoria de Arrhenius devem produzir soluções que não são nem ácidas, nem básicas. Não é o caso. Se uma quantidade equivalente de HCl e amônia reagem, por exemplo, a solução formada torna-se levemente ácida. Em contrapartida, se uma quantidade equivalente de ácido acético e hidróxido de sódio reagem, a solução resultante será básica. Arrhenius não apresenta explicação para este fato;
-
A necessidade da presença do íon hidróxido como característica de uma base levou Arrhenius a propor a fórmula HH4OH como sendo a fórmula da amônia em água. Isso levou a um erro de concepção de que NH4OH fosse a base verdadeira, não NH3.
0 comentários:
Postar um comentário
Postar um comentário
Agradecemos sua participação no Essencial Química.
Deixem comentários.