sábado, 1 de setembro de 2012

Teoria Ácido-Base

 Teorias ácido-base

ARRHENIUS

LOWRY


LEWIS

BRöNSTED

INTRODUÇÃO
Ácidos e bases estão entre os mais familiares de todos os compostos químicos existentes. Ácido acético no vinagre, cítrico no limão e em outras frutas cítricas, hidróxido de magnésio (leite de magnésia) em antiácidos estomacais e amônia em produtos de limpeza do lar estão entre os ácidos e bases que lidamos com acentuada freqüência no nosso dia-a-dia. Outro ácido extremamente importante é o ácido clorídrico, que está presente no suco gástrico e é essencial no auxílio à digestão dos alimentos. É secretado pelo estômago em quantidade que varia entre 1,2 e 1,5 litros por dia.
As propriedades características dos ácidos e bases vêm sendo estudadas há séculos por diversos cientistas das mais variadas nacionalidades. Ácidos apresentam sabor azedo, reagem com metais como o ferro e o zinco, por exemplo, liberando o gás hidrogênio (H2). Na presença de papel tornassol, mudam sua cor do azul para o vermelho. Por outro lado, as bases apresentam sabor adstringente e na presença de papel tornassol alteram sua cor do vermelho para o azul. Quando ácidos e bases reagem em proporções equivalentes, as características ácidas e básicas desaparecem para formar uma nova substância, o sal.
Mas, afinal, o que faz um ácido ser um ácido e uma base ser uma base? Em 1777 o químico francês Antoine Laurent Lavoisier propôs que todos ácidos continham um elemento comum, o oxigênio. De fato, a palavra oxigênio é derivada do grego e significa “acid former”. A idéia de Lavoisier teve que ser modificada, entretanto, quando o químico inglês Sir Humpherey Davy (1778 – 1829) mostrou, em 1810, que o ácido muriático (nome comercial do ácido clorídrico) contém apenas hidrogênio e cloro, mas não oxigênio. Os estudos de Davy sugeriram, posteriormente, que o elemento comum nos ácidos é o hidrogênio, e não o oxigênio. Essa idéia de que o hidrogênio combinado era o responsável pelo comportamento ácido não era totalmente correta, pois a existência de muitos compostos contendo hidrogênio que não eram ácidos não podia ser explicada satisfatoriamente.
A DEFINIÇÃO DE ARRHENIUS

A relação entre o comportamento ácido e a presença de hidrogênio em um composto tornou-se mais clara em 1884 através do químico sueco Svante Arrhenius (1859 – 1927). Arrhenius, através da sua teoria da dissociação eletrolítica, propôs que ácidos são substâncias que contêm hidrogênio e produzem o íon H+ [ H3O+ ] (íon hidrônio) como único cátion, quando em solução aquosa.
Exemplos:
 HCl + H2O ==> H3O+ + Cl-
HNO3 + H2O ==> H3O+ + NO3-
H2SO4 + 2H2O ==> 2H3O+ + SO42-
HCN + H2O ==> H3O+ + CN-
Em contrapartida, bases são substâncias que contêm oxidrila (grupo OH) e liberam íons OH- (íons hidróxido) em solução aquosa.
Exemplos:
 KOH + H2O ==> K+ + OH-
NaOH + H2O ==> Na+ + OH-
Ca(OH)2 + H2O ==> Ca2+ + 2OH-
Ba(OH)2 + H2O ==> Ba2+ + 2OH-
Na visão de Arrhenius, a neutralização é definida como sendo a combinação do íon H+ com o íon OH- para formar moléculas de H2O.
H+aq + OH-aq ==> H2Oaq
A teoria de Arrhenius aponta para as propriedades de muitos ácidos e bases comuns, mas apresenta importantes limitações.
  • A teoria de Arrhenius está restrita para soluções aquosas;
  • Não aponta para a basicidade da amônia (NH3), por exemplo, que não contém grupo OH;
  • O solvente não desempenha um papel importante na teoria de Arrhenius. Um ácido é esperado para ser um ácido em qualquer solvente. Mas isto se mostra não ser totalmente verdade. Por exemplo, HCl é um ácido em água, isto é, libera como cátion o íon H+, comportando-se da maneira que Arrhenius espera. Entretanto, se o HCl está dissolvido no benzeno, não há dissociação, o HCl permanece como uma molécula não-dissociada, não liberando o íon H+. A natureza do solvente desempenha um papel crítico nas propriedades das substâncias ácido-base;
  • Todos os sais na teoria de Arrhenius devem produzir soluções que não são nem ácidas, nem básicas. Não é o caso. Se uma quantidade equivalente de HCl e amônia reagem, por exemplo, a solução formada torna-se levemente ácida. Em contrapartida, se uma quantidade equivalente de ácido acético e hidróxido de sódio reagem, a solução resultante será básica. Arrhenius não apresenta explicação para este fato;
  • A necessidade da presença do íon hidróxido como característica de uma base levou Arrhenius a propor a fórmula HH4OH como sendo a fórmula da amônia em água. Isso levou a um erro de concepção de que NH4OH fosse a base verdadeira, não NH3.
A teoria de Arrhenius sobre o comportamento ácido-base explicou satisfatoriamente reações de ácidos protônicos com hidróxidos metálicos. Foi uma contribuição significativa para o pensamento químico no início do século XIX. Nós usamos esta teoria na introdução de ácidos e bases e na discussão de algumas de suas reações. O modelo de Arrhenius de ácidos e bases, embora em uma esfera de ação limitada, levou para o desenvolvimento de outras teorias mais abrangentes sobre o comportamento ácido-base

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